quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Acaba a calmaria do Sol



Semana passada foram registradas grandes erupções no disco solar, que provocaram ejeção de massa solar na direção da Terra. As lentes do observatório espacial SOHO localizaram as manchas na terça-feira (15 de dezembro), e as partículas oriundas das explosões chegaram na Terra na sexta-feira. O flare solar(rajada de energia magnética liberada do Sol repentinamente) teve classificação C-4 de longa duração provocado pelo campo magnético próximo das manchas 1035 (foto). As manchas surgiram na segunda-feira(14) e já apresentavam o tamanho da Terra! Como as manchas estão voltadas na direção do nosso planeta, as ejeções podem provocar tempestades geomagnéticas e auroras nas latitudes médias e altas do globo.

Durante os últimos anos, o Sol esteve com baixíssima atividade. Este fato ocorre quando as manchas solares são raras na sua superfície. O ano de 2008 foi o que teve menos manchas solares desde 1913, e foi classificado como um ano de mínimo "muito intenso", de acordo com a NASA. Os ciclos solares (com periodicidade de 11 anos em média) são influentes no clima da Terra, embora ainda não se saiba a exata magnitude desta influência. Hoje em dia alguns pesquisadores correlacionam épocas de altas(baixas) temperaturas na atmosfera terrestre com períodos de máximo(mínimo) do ciclo solar. Durante o século XV ocorreu um mínimo intenso no ciclo solar, o Mínimo de Maunder. Este período climatológico é hoje conhecido como "Pequena Era do Gelo", e o mínimo de Maunder aconteceu exatamente na parte mais fria desta "era", a qual é conhecida por apresentar invernos de frio extremo, principalmente no hemisfério Norte. Além do mínimo de Maunder, há outros períodos de atividade do Sol que estão relacionados com mudanças climáticas na Terra.
O curioso desta história é que o Ciclo 24 estava previsto para começar em março de 2008, mas com o mínimo ocorrido ano passado, o ciclo começou efetivamente em 22 de setembro de 2008(de acordo com consenso de astrônomos). A previsão de astrônomos é que em 2010 comece o período de atividade alta do Sol, com ápice em 2013 ou 2014.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Frio no Hemisfério Norte



O hemisfério Norte está sendo atingido por uma das mais intensas ondas de frio da história, com nevascas intensas na América do Norte e na Europa. De acordo com os noticiários europeus, a temperatura chegou a -33,6°C na Bavária, sul da Alemanha, na noite de sábado para domingo. Além disso, as fortes nevascas bloquearam linhas de metrô e aeroportos na França, Bélgica, Alemanha e Áustria. No canal da Mancha cerca de 2000 pessoas ficaram presas no túnel de ligação entre a França e a Inglaterra, em função da nevasca. O frio é tanto que já foram registradas mais de 20 mortes na Europa. O DWD, órgão de meteorologia da Alemanha, prevê neve para grande parte do nordeste da Europa hoje à noite, com nevasca forte em pontos isolados. Em Washington, a onda de frio é a maior de toda a história conhecida da região, com pontos onde foram registrados mais de 70 cm de neve entre sexta e sábado!

foto: Estradas bloqueadas em Budapeste, Hungria (fonte Zero Hora)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009






Nuvem Arco

Uma nuvem arco é uma formação de nuvem baixa e horizontal que está associada ou com o limite frontal do fluxo de uma tempestade, ou com uma frente fria mesmo com ausência de tempestades. Nuvens arco possuem dois tipos, nuvens rolo ou nuvens "preteleira"(shelf clouds).

Estas nuvens se formam quando o fluxo de ar frio descendente a partir de uma nuvem de tempestade espalha-se através da superfície da nuvem, com a parte da frente chamada de frente de rajada. Isso reduz o fluxo de ar quente sendo puxado para dentro da tempestade, ou seja, reduz a corrente ascendente. Como o ar frio levanta o ar quente e úmido, a água se condensa criando uma nuvem que frequentemente rola em função dos ventos acima e abaixo da nuvem.

-Nuvem arco do tipo prateleira: é uma nuvem horizontal em forma de cunha. Não se compara com a nuvem rolo por estar ligada à base da "nuvem mãe" (habitualmente uma nuvem de tempestade). O movimento de ascensão frequentemente pode ser visto na parte frontal de fora da nuvem prateleira, enquanto o lado de baixo parece ser turbulento;
-Nuvem rolo: esta nuvem também é baixa, mas em forma de um tubo horizontal. É um tipo raro de nuvem arco, e difere da outra por ser completamente destacada de uma nuvem de tempestade ou outras nuvens. Nuvens rolo habitualmente parecem estar rolando sobre um eixo e elas podem dar sinal de possíveis microbursts (fortes correntes descendentes de microescala).

Com os intensos ventos na parte da frente da nuvem arco ela ficará irregular e alinhada formando nuvens do tipo fractus. Em casos severos ocorrerão vórtices ao longo da borda da nuvem, formando nuvens do tipo scud que podem alcançar o solo ou ser acompanhadas pela ascensão de poeira. Uma nuvem arco do tipo prateleira acompanhada desses fatores nos indica que certamente ocorrerão fortes rajadas de vento.


As fotos acima são de nuvens arco em Pelotas, no dia 19/11/2009.


Texto e fotos: Guilherme Schild

domingo, 13 de dezembro de 2009

Dust Devils


Os Dust Devils (redemoinhos, no Brasil) são movimentos do ar em espiral, que ocorrem em dias quentes e secos. Quando o solo se aquece intensamente, o ar se eleva fazendo levantar poeira, formando um mini centro de baixa pressão. Podem ter desde alguns centímetros até metros de altura. Lembram pequenos tornados, porém, formam-se em dias de muito calor sem nebulosidade e podem provocar pequenos danos. Como um vídeo vale mais que algumas palavras, segue o link do registro deste fenômeno no estado de Rondônia.
foto: NASA

Texto: Bruno Medina

domingo, 6 de dezembro de 2009

A Grande Mancha Vermelha


Júpiter, o maior planeta do sistema solar, é caracterizado por uma mancha avermelhada perto do seu "equador". Esta mancha, por mais impossível que pareça, é uma tempestade, que existe desde o ano 1665(pelo menos), quando foi observada pelos cientistas Hook e Cassini. Em 1880, a tempestade tinha o diâmetro duas vezes maior do que o de hoje(25000 Km). A altura das nuvens é 8Km maior do que a das nuvens que a circundam. O sentido de giro da tempestade é anti-ciclônico, localiza-se em 22° Sul, e estima-se que os ventos nas bordas cheguem a 600Km/h, isso porque no interior os movimentos são menos intensos. Ainda não se sabe o por quê da forma oval.
O fenômeno tem uma longevidade tão grande, acredita-se, por causa da composição de Júpiter. Por ser um planeta gasoso, Júpiter não tem uma camada sólida como a Terra, portanto não há uma superfície onde a tempestade dissipe sua energia.
No vídeo abaixo, há uma introdução sobre a atmosfera de Júpiter, mais particularmente sobre a Grande Mancha Vermelha.
http://www.youtube.com/watch?v=fZqe7Jk5smw

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Tornado em Vacaria

http://www.youtube.com/watch?v=75US6wLQVR4

Clique no link para ver o vídeo.

Na Alta Atmosfera



Os Eventos Luminosos Transientes são emisões luminosas ocorridas em função do campo elétrico gerado por raios. Estes fenômenos ocorrem na camada atmosférica que vai de 40Km até 100Km, e por isso são de difícil visualização. São comuns em tempestades com alta atividade elétrica, cujos topos das nuvens cumulunimbus alcançam até 20 km de altura. Estes fenômenos são muito difundidos entre os aviadores, os quais se assustavam ao avistar tais fenômenos no céu, e os associavam a manifestações divinas. Além disso, muitas vezes foram confundidos com naves extraterrestres.

Entre os principais fenômenos elétricos na alta atmosfera estão os sprites e os "jatos azuis". Os sprites têm coloração vermelha, em função da composição química daquela parte da atmosfera. Ocorrem entre 40 e 90 Km, e manifestan-se quando a nuvem perde parte da carga elétrica(em função do raio), gerando um campo elétrico entre a nuvem e a ionosfera, onde há uma grande densidade elétrica(íons). Os "jatos azuis" partem do topo da nuvem se dirigindo para cima, num tempo de um décimo de segundo. Geralmente os jatos azuis não passam de 40 Km de altura. Ao lado está um gráfico mostrando os fenômenos e suas respectivas formas, em função da altura. O vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=1xVThAFfP0E&NR=1) mostra algumas filmagens, feitas por pesquisadores em Oklahoma, EUA, do topo de uma tempestade com altíssima atividade elétrica, onde aparecem vários fenômenos na alta atmosfera.
texto: Bruno Ribeiro

domingo, 29 de novembro de 2009

O Arco Circumhorizontal
















Fotos: Registros de arcos circumhorizontais dia 15/02/2009, em São Borja - RS(clique nas fotos para abrir)







Apesar da relativa pouca importância dada, fotometeoros também são fenômenos meteorológicos. Fotometeoros são fenômenos óticos decorrentes da reflexão, refração, difração ou interferências da luz solar ou lunar, por exemplo, arco-íris, halos e outros. Será dada maior ênfase aos halos nessa postagem, que são fenômenos luminosos que geralmente circundam o Sol e por vezes a Lua e ocorrem geralmente com a presença de nuvens altas Cirrustratus, formadas por cristais de gelo. Certa vez, em um domingo ao meio-dia, presenciei um halo diferente, pois era muito intenso e longe do Sol. O caso foi registrado no início deste ano em São Borja - RS, porém, somente após assistir o seguinte vídeo ( http://www.youtube.com/watch?v=RxKlNa4gDOw ) tomei conhecimento do que se tratava.

Este vídeo mostra todos os tipos de halo, ou seja, todos os efeitos óticos que podem ocorrer. A grande variabilidade deve-se a diferentes fatores, como latitude, período sazonal, ângulo d eposição do Sol, etc. O evento em questão, registrado nas seguintes fotos, é um arco circumhorizontal. Para que ocorra, o Sol deve estar alto no céu (mais de 58° do horizonte), ou seja, próximo do meio-dia. São verificados com maior frequência no verão e só ocorrem em latitudes de até 55°, aproximadamente. Os arcos formam-se paralelos ao horizonte, sempre do mesmo lado do céu onde o Sol está.

Caso tenham algum fenômeno a compartilhar, sintam-se à vontade para escrever para nós. Até á próxima!


Texto: Bruno Medina


segunda-feira, 9 de novembro de 2009